top of page

Histórias que merecem ser contadas

Atualizado: 21 de out. de 2020

As palavras nunca são suficientes para descrever a complexidade de um atendimento, mas resolvi escrever alguns casos para vocês terem a ideia de como o corpo é tão integrado quanto ao aspecto emocional, mental e físico.



Mulher de 45 anos, atendida em junho de 2020, com queixa de alergia de pele há 15 dias, coceira e dor cervical. Ela não identificou nenhuma mudança alimentar e nem contato com nenhuma substância que poderia causar alergia. Já a dor começou após ter aulas de surf.


Iniciei o atendimento fazendo craniopuntura de yamamoto, que é uma técnica fantástica para dor. Imediatamente já deu um alívio. Então pedi para deitar para fazer uma escuta do seu corpo pela leitura de campo. Nesta técnica eu percebo por testes de cinesiologia o que o corpo está guardando de tensão e facilitar o fluxo da energia vital.


O que me chamou logo a atenção foi a necessidade de trabalhar a matriz de relacionamento dela com o ex-marido, em relação ao medo de assumir uma postura mais firme de separação e acabar correndo o risco de perder o seu amor.


A relação com ele claramente ocupava um lugar de muita proteção e amor que ela não teve na infância, então ela estava sob o conflito de querer se separar fisicamente dele, mas com muito medo de perder o amor dele. Após uma situação específica em que esta questão veio à tona, ela começou a ter coceira.


De acordo com as 5 Leis Biológicas, alergia na parte superficial da pele está relacionada a conflito de separação. Bingo! Foi isso mesmo! Ela começou a chorar compulsivamente.


Comecei a aplicar a técnica do Matrix Energetics para sua harmonização. Nesta técnica, eu amplio a percepção do campo e sinto os campos de interferência no corpo, e auxílio no fluxo de energia. Imediatamente ao colocar a mão na sua base do crânio, percebi que tinha uma compressão na região cervical, acompanhada de rotação de quadril e joelho e pé direito. A paciente confirmou sentir dor nesses locais e assim comecei a liberar essas partes pelo Matrix. Ela saiu bem mais aliviada. A coceira melhorou completamente mesmo após 15 dias. A dor na cervical voltou após novas aulas de surf e então decidi investigar por exame de imagem.


Outro caso fantástico

Casal atendido em outubro de 2018 para tentar engravidar. A mulher com 36 anos e o marido com 37. Tentaram engravidar por fertilização, mas não obtiveram sucesso. Fiz a primeira parte da consulta com os dois para sentir se existia ressonância e harmonia no objetivo de ter um filho. É bem importante fazer essa primeira abordagem porque muitas pessoas que estão numa tentativa de engravidar carregam no seu inconsciente vários motivos para que isso não ocorra. Também é importante dizer que ambos eram completamente saudáveis. Logo depois atendi cada um separadamente.


Atendi a mulher com bodytalk, que é uma técnica que auxilia o fluxo da energia vital do corpo que pode estar aprisionada por questões emocionais e/ou físicas. Descobri que ela tinha um pavor de engravidar por achar que a criança poderia atrapalhar sua vida profissional.


Primeiro, ela rejeitou essa informação, mas logo depois eu mostrei que desde pequena ela aprendeu que para receber o amor da sua mãe, precisava ser suficiente.


Logo, só de pensar na ideia de ter algum prejuízo no trabalho, ela simplesmente ativava essa memória de trauma profundo e seu sistema ficava em alerta. Para ela perder seu posto de trabalho era algo inadmissível porque inconscientemente lhe dava a sensação de se sentir desvalorizada, correndo o risco de perder o amor e admiração da mãe. Por mais que fosse adulta, inconscientemente suas memórias de infância continuavam ativas, bloqueando a concepção. Fizemos um trabalho de liberação de crenças e ressignificação até que ela relaxou profundamente.


Depois atendi o marido com a mesma técnica. Sua questão era medo de ser pai e não dar conta. Ele perdeu o pai cedo e ficou com a sensação de muito desamparo. Só de pensar em ser pai ele ficava desesperado, tanto pelo fato de achar que não daria conta, mas também por medo inconsciente de sofrer desamparo. Assim como sua esposa, inicialmente negou o que o seu corpo confirmava por teste de cinesiologia até que, simplesmente, quando fez contato com sua parte de infância, começou a chorar profundamente. Segui com a harmonização do corpo e técnica para ressignificação de sua criança interior.


Dois meses depois, essa mulher voltou para uma nova consulta para trabalhar o medo de não poder engravidar. Ela continuava a trabalhar muito, ainda mais que antes. Fizemos nova sessão de bodytalk e seu corpo dizia que não tinha espaço ainda para criança. Era necessário ela mudar seu ritmo de trabalho para ao menos relaxar um pouco e criar essa possibilidade.


Passei uns florais e pedi que voltasse em dois meses. Quando voltou já estava bem relaxada. Pela primeira vez teve coragem de pedir uma mudança de cargo de trabalho e acabou sendo presenteada com também poder trabalhar de casa, o que aliviou muito sua carga horária.


Fizemos uma nova sessão e, incrivelmente, seu corpo respondeu que estava pronto para engravidar. Em, no máximo, três meses ela ficaria grávida de um menino. Confesso que não gosto de falar essas coisas, pois vai que não acontece!? Falei apenas que tinha grande probabilidade de a gravidez acontecer em três meses. Passados seis meses, ela me ligou dizendo que engravidou exatamente quase completando três meses e era menino.


Eu não pude acreditar! Foi tudo ótimo com a gestação e o parto.



Mais uma história de casal

Em dezembro de 2018 atendi outro casal desejando engravidar. Ela com 38 anos e ele com 49. Já estavam tentando há alguns meses e não conseguiam. A questão principal da relação era o seguinte: ela não conseguia se sentir segura para engravidar porque o marido não conseguia ter sucesso profissional e era ela quem bancava a maior parte das contas. E ele, de certa forma, se sentia muito impotente de vencer essa dificuldade. Quanto mais ela discursava sobre isso, mais ele se sentia impotente e se paralisava.


Trabalhamos essas questões trazendo clareza de que para ela era muito difícil a situação dele porque relembrava o que sua mãe escutou de sua avó muitas vezes sobre ter que bancar tudo. Já o marido perdeu o pai quando era adolescente e ficou com essa lacuna. Ele já tinha um filho de 18 anos com quem sentia muita dificuldade de interagir e tinha muito medo de repetir. O mais importante nessa primeira consulta foi trazer a consciência dos conflitos silenciosos para que cada um pudesse reconhecer as limitações do outro, respeitar e se apoiar. Aprendi com a Dra. Eleanor Luzes que quando um casal tem um comprometimento de trazer um filho de uma forma muito mais conscientes, eles são convidados a trabalhar suas questões para este ser poder nascer.


Dois meses depois, esse casal estava grávido. Comecei a acompanhar a gestante desde o final do primeiro mês de gestação porque ela tinha muito enjoo e depois muitas crises de choro e medo em toda a gestação. Todas as memórias de falta de abandono por sua mãe e ausência de seu pai vieram à tona. Muitas vezes tivemos que fazer a reparação de sua criança ferida.


Apliquei thetahealing, bodytalk, acupuntura e sessões de respiração, de acordo com a necessidade. Duas sessões particularmente me marcaram: uma em que muito da sua angústia era por não poder confiar no marido, em lhe dar segurança, embora ele já estivesse trabalhando. Na sessão de thetahealing acessei que seu avô morreu cedo e deixou sua avó com os filhos pequenos. Eles passaram muita dificuldade financeira. Sua mãe ficou tão traumatizada que decidiu casar com seu pai por segurança e não por amor.


Ela tinha muito medo de passar todo aquele desamparo, mas, ao mesmo tempo, desqualificava o seu marido. A minha paciente estava identificada inconscientemente com a avó e sua mãe, pois tinha uma sensação contínua de poder ser desamparada por ele, ao mesmo tempo em que o desqualificava.


Atendi o marido quando ela estava com dois meses de gestação porque ele começou a ter muita angustia e voltou a paralisar no trabalho. Fizemos uma sessão de thetahealing e ressignificação emocional de sua criança interior para reparação de sua matriz paterna e auto perdão em relação ao seu primeiro filho, pois a vida estava lhe dando outra oportunidade de fazer diferente.


Eu tinha certeza que eles seriam pais de menino, uma vez que toda a questão da ancestralidade dela culpava o masculino e a dele também. Estava claro que a vinda dessa criança tinha o propósito de reparação do vínculo com o masculino e o perdão por sua ausência. Numa sessão de bodytalk essa criança falou comigo e disse que era um menino. Eu o vi já com uns 18 anos. Foi muito emocionante. Com quatro meses eles fizeram um ultrassom e realmente era menino. Foi muito lindo!


Acompanhei a gestação toda e estive presente no seu parto. Nunca me emocionei tanto num parto! Foi com uma parteira e em sua casa. O casal estava como numa dança em plena harmonia. Ela entrou em trabalho de parto e em poucas horas ele nasceu. Lembro que teve um momento que ela estava com muita dor e um pouco impaciente. Faltava muito pouco para nascer. Então o pai intuitivamente falou: vem filho, estou aqui e então ele nasceu. Assim que ela o pego, olhou nos olhos do pai profundamente como se dissesse: agora o vínculo foi reparado!


Chorei muito! Saí de lá me sentindo completamente abençoada por ser testemunha da vida.


Lidando com a ‘presença’ paterna

Menino de três anos atendido em dezembro 2017 via internet. Quando se trata de criança, sempre atendo os pais, ou um deles, neste caso foi com a mãe. O motivo da consulta foi que o testículo direito da criança não desceu para a bolsa escrotal, então, o pediatra indicou cirurgia. Eu simplesmente amo esses casos em que não tenho ideia do que irei fazer, sendo a única coisa que tenho certeza é que preciso estar a serviço do campo, sem nenhum tipo de julgamento. Pelo que aprendi, de acordo com a Ciência do Início da Vida, a criança sempre aponta o drama que está acontecendo na vida dos pais, como uma possibilidade de reparação se eles estiverem disponíveis para tal. Então, sendo um menino, logo suspeitei que faltava uma presença paterna.


A história era a seguinte: o relacionamento dos pais era de muita violência até que, depois de alguns anos, a mãe conseguiu se separar. Ela sentia muita raiva do marido, tanto pelo que passou na sua relação com ele, quanto pelo fato dele não ser uma presença para seus filhos. O filho mais velho, de sete anos, com frequência tinha crises de raiva, culpando a mãe pelo abandono do pai. O pai raramente tentava ver os filhos, mas quando isso acontecia, ela não deixava. Sua situação financeira ficou extremamente difícil, de forma que ela precisou ir morar com seus pais, porém com eles o relacionamento também era tenso.


Primeiro, através de uma conversa empática e escuta corporal, auxiliei ela a compreender que a raiva que ela sentia era tanta, que não podia aceitar a presença do pai do seu filho energeticamente. Como ela é mãe de menino, ao não honrar o masculino, também não poderia honrar os seus dois filhos homens. Se o filho fosse destro, segundo a visão das 5 Leis Biológicas, então, mais ainda o motivo para não descer o testículo direito.


Trabalhamos as memórias de infância de abuso de desamparo, trazendo para a consciência corporal toda a dor sobre não acreditar que é possível ser tratada de forma respeitosa e amparada pelo masculino, além de sua postura de vitimização e submissão em relação a isso. Fizemos uma sessão de leitura de campo e bodytalk, unindo a consciência corporal através da respiração e atenção plena.


Mesmo com muita dor, essa mulher pôde dar lugar a esse pai e ser grata a ele, afinal, seu filho só pode existir por causa dele.


Foi uma sessão espetacular! Pedi que escrevesse carta para o seu ex-marido sobre o perdão, começando assim: eu lhe perdoo por... e deixar vir todas as dores sem filtro e só parar de escrever quando aliviar a conversa e depois queimar. E, durante as fases do sono REM à noite, que contasse todos os fatos que ela passou de infância e com o ex-marido, e que por causa disso ela não conseguia aceitá-lo, mas que percebeu que ao fazer isso também não poderia honrar os filhos. Pedi para ela falar "com o coração" e dizer para ele que não precisa mais continuar com a questão do testículo para que ela pudesse liberar essa dor, pois ela já está vendo e vai cuidar disso. Dizer que ele é seu filho e ela é sua mãe. Ele pode ser apenas criança.


Após um mês, o testículo desceu e não precisou fazer cirurgia. Já se passaram três anos e nunca mais teve o mesmo problema.

Comments


bottom of page